domingo, 8 de novembro de 2009

Just dance!




Não lembro se já mencionei em posts anteriores, mas eu não sei dançar. Então, vocês devem imaginar o tormento que é, pra mim, ir a alguma festa. Qualquer festa. Mesmo entre amigos mais próximos, dançar (no meu caso, tentativa mal sucedida de dança) é algo de extrema dificuldade. E isso porque, Deus, como um grande humorista que é, só me dá amigos pés de valsa. Parece até um propósito: eles dançam, e bem, de tudo um pouco, seja homem ou mulher. Sim, isso é realmente muito engraçado, Deus. HA HA.

Mas, continuando a minha trajetória da dança, isso já é sabido desde que eu era uma criancinha feliz e serelepe. Minha mãe, tadinha, me comprava fantasias no carnaval, mas eu só pulava (ao som de frevo, claro!). Além disso, ela (e meu pai também ajudou nessa parte) comprava milhares de fitas k7 (as falecidas!) pra eu dançar em casa, mas o máximo que eu fazia era decorar as letras das músicas. Me matricularam no ballet. Um fracasso. Fiz dança na escola. Preciso dizer que foi uma experiência desagradável? Até tentei dançar num projeto gratuito do bairro, mas só pra confirmar o que neguei durante tantos anos: danço tanto quanto um cabo de vassoura, com a diferença de que um cabo de vassoura ainda serve pra alguma coisa. Sou tão flexível quanto uma barra de ferro. Tenho tanta ginga quanto gringo no carnaval carioca. O único molejo que eu conheço é aquele grupo com a famosa música da vassoura (valeu, Andréziiiiiiiin!).

Assim, é fácil assumir que minha vida social é bem limitada. NOT! Afinal de contas, não é uma coisa tão ridícula quanto não saber dançar que me impede de sair pra festas, shows e algo que o valha. Além do mais, sou nordestina e, pela cultura local, eu deveria, no mínimo, saber dançar forró, maracatu, coco e ciranda. No mínimo! Tá, ciranda, uma coisa bem atirei-o-pau-no-gato até que vai. Os demais, bem, basta dizer que nem vale a tentativa. Tentei aprender a dançar coco no Enecom 2009. Digamos que se minha vida dependesse disso, estaria no Boa Sentença há um bom tempo. Forró só vai no básico dois pra lá – dois pra cá. E sem relaxar, senão eu erro, piso no pé do meu par e é aqueeeela vergonha! Maracatu, devido a sua visível dificuldade, deixo a tentativa pra posteridade.

Porém, apesar disso tudo, sou persistente (teimosa seria mais apropriado). Sempre que vou a algum lugar com música, não tem jeito. Simplesmente não consigo ficar parada! Começo mexendo o dedão. Um passo pra frente, outro pra trás. Balanço a cabeça. Fecho os olhos. Dou um sorrisinho cúmplice. Pronto. Essa é a minha evolução. Mas, é claro que tenho uma carta na manga. Uma dança coringa, que serve pra todas as situações. Tá, é um passo completamente escrachado, mas faz as pessoas rirem e eu me divirto também. E acho que, no fim das contas (e da festa), é isso o que conta. Já que eu não sei nem andar (né, Luciano?), vou dançando como posso e sem perder o bom humor e a diversão.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Desabafo

E daí? Quem se importa se o mundo é difícil? Quem liga se as coisas simplesmente dão errado? Conhece a lei de murphy? Muito prazer!
Não escrevo isto porque uma coisa deu errado pra mim. Muita coisa deu errado, na verdade, e eu apenas estou farta disso. Porque por mais que se faça o correto, parece que o contrário lhe persegue. E aí, quando você erra, mesmo que não seja proposital, o que parecia que não poderia piorar, adivinha? Piora!
E aí você perde, amigo. E o mundo não é para perdedores, não é? Mas, o que acontece se só um ganha no final? Para onde vão os perdedores, afinal? Para a rua da amargura ou (quem sabe?) para o céu? Não sei.
Se eu pudesse, voltaria o tempo. Voltaria ao meu primeiro erro, minha primeira falha e a consertaria. Será que isso resolveria o tanto de erro que cometo hoje em dia? Ou, mais importante: será que dá pra compensar o que fiz ultimamente?
Se alguém souber as respostas a essas perguntas, favor responder. Se não, junte-se a mim e a este post insuportavelmente dramático e desnecessário.
Só queria desabafar. Obrigada.

sábado, 27 de junho de 2009

O querer, o poder e eu


Queria ter uma opinião imparcial. Queria poder ser totalmente justa agora. Mas, não dá. Ao menos não quando justiça foi tudo o que não houve. Então, sou imparcial sim, injusta e revoltada. Que palhaçada foi essa do STF? Quer dizer que, para ser jornalista, ninguém precisa comprovar que ao menos possui a técnica de transmissão de informações? O que eles pretendem com isso? Porque esse papo de “essa lei foi imposta na época da ditadura e fere a liberdade de expressão proposta pela Constituição de 1988” não colou. Não mesmo.

Então, é assim que é. Eu estudo durante quatro anos, agüento abuso de professores sádicos, trabalhos carregados, discriminação dos estudantes dos outros cursos (que, não se sabe por que, não suportam estudantes de comunicação), além dos problemas estruturais do próprio curso e o descaso que as entidades responsáveis adoram demonstrar por nós.

Depois de passar por tudo isso, de cabeça erguida, procurando um motivo pra dizer “mas, nesse aspecto, o curso ainda vale a pena” e, quando finalmente acho, vem o STF e derruba não só a obrigatoriedade do diploma (que, ainda assim, não era garantia de emprego – muito menos bom emprego), mas com toda a construção de uma idéia e de um sentimento de pertencimento.

Fiquei arrasada, completamente devastada moralmente. Alguns choraram, outros dormiram mal, outros ainda nem se importaram. Mas, eu? Me importo sim e muito. Quer dizer que eu vou perder uma vaga de emprego para um marmanjo que mal acabou a quinta série e que vai escrever o que o patrão mandar? A manipulação agora vai ser mais fácil ainda? É isso mesmo, companheiro?

E de que servirão minhas leituras de Santaella, Orlandi, Muniz Sodré, Habermas, Horkheimer, Adorno, Mourin, Ciro Marcondes, entre tantos outros que minha falha memória não lembra, mas que, definitivamente, um aluno que nunca nem passou na porta de uma faculdade de comunicação não saberá quem são?

E toda a técnica que autores como Nilson Lage, por exemplo, nos ensinam em seus livros? Isso tudo se resumirá a redações de jornais e TV e a ética que se exploda?

E a ética, meu Deus? Se sabendo do código de conduta jornalístico, a ética é quase inexistente, imagine agora?

Os donos de conglomerados de comunicação (e políticos também, por que não?) estão satisfeitos com isso, afinal, manipulação sempre rimou com comunicação. Grupos políticos, agora sim vocês têm todo o poder que almejaram! E eu e você, caro leitor subjugado, onde ficamos? Quer saber mesmo?

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Da impossibilidade do cotidiano

Eram 5h da manhã quando ela despertou. Sabia da hora só pelo costume, pois o relógio não funcionava há anos. Ainda estava frio e o branco da neblina matinal lhe dava a esperança de que poderia ser um dia bom. Entretanto, quando ela voltou à realidade, percebeu que seria apenas mais um dia de trabalho árduo. Preparou-se, então, com as mesmas cores de sempre: amarelo queimado, vermelho quase laranja, branco-preto, preto acinzentado, verde-bandeira e azul arroxeado.

Logo tomou seu destino, sem nem ao menos fazer o desjejum. Na verdade, desjejum era um sonho distante. Tão longíquo quanto o barrento caminho que tinha de percorrer durante a próxima hora. Quando deixou a casa, os raios iluminados já davam seus primeiros lampejos, ainda fracos o bastante para não machucá-la. Percalços como cães famintos quase cor de barro de tão desnutridos, acompanhavam os passos da igualmente barrenta mulher, além de encontrar eventuais poças de lama que lhe consumiam os pés e a fina sandália.

Às 6h30 ela chegou ao local de trabalho: a rodoviária da cidade de João Pessoa. O lugar é escuro demais, triste demais e é como se o espírito da morte sempre o rondasse. Mas isso, claro, não tem nada a ver com as negras fumaças dos ônibus ou os choros de despedidas inevitáveis ou até mesmo o cinza gélido que escorre dele a cada chuva que cai sobre a cidade.

Lá, ela encontrou seus colegas de trabalho, alguns tão coloridos quanto ela, outros mais monocromáticos, mas todos iguais na função. Foi tomar seu lugar na prosa pré-expediente, a barriga gritando por um pouco de atenção. “Será que hoje vai ter movimento?”, indagou um deles. “Sempre tem, ô sequelado!”, respondeu um dos impacientes, curiosamente monocromático, apesar de leves resquícios azuis em sua camisa.

Às 8h00, todos estavam prontos para o trabalho. As ondas de calor já eram facilmente identificadas, contudo todos os transeuntes aparentavam total imparcialidade com esse fato. Não apenas com isso, mas também com os trabalhadores que os abordavam a cada cinco minutos. Alguns se irritavam mais rapidamente, outros simplesmente ignoravam. Como ela previu, o dia seria bastante árduo.

Respostas como “Não!” e “Mais tarde eu passo aqui” eram muito frequentes. Geralmente, esses eram os educados. Havia outros que ameaçavam até partir para o ato violento caso não fossem deixados em paz. Esses eram os mal educados. E, assim, a manhã passou, com alguns ganhos, mas nem tantos.

Ao meio dia, ela contou uns trocados para saber se tinha o suficiente para o almoço. Há 24 horas que ela havia comido e a fraqueza no corpo já era sentida intensamente. Viu que a quantia era satisfatória e foi à lanchonete mais próxima. Ah, comida! Podia sonhar com o sangue suculento da carne mal passada, o arroz tão alvo como algodão e o marrom bonito do feijão. Quase podia sentir o cheirinho agridoce do molho do macarrão e a frescura das verduras.

Ao chegar à lanchonete, mal entrou e um dos empregados a convidou para se retirar. Indignada, ela pergunta fracamente: “Mas por que, eu estou morrendo de fome, moço, e tenho dinheiro pra pagar, ó” e aponta para as moedas em suas mãos sujas. “Esse é um lugar limpo e asseado, se quiser comer, coma na calçada!”, respondeu energicamente o sujeito. Ela, de tanta fome, aceitou a condição imposta e sentou-se ao lado da entrada do estabelecimento.

Somente às 14h, quando o sol castigava sua pele maltratada e o vento quente dificultava a respiração, ela foi servida. A comida dos seus sonhos, porém, permaneceu no mesmo canto. A comida, mais fria do que os passantes da rodoviária, quase não sentava o estômago. Mesmo assim, deu-se por satisfeita e voltou à rodoviária.

A tarde demorou a passar. A quentura daquele dia superou a dos outros dias e todos os profisionais estavam demasiadamente entorpecidos, tanto pelo calor como pelos químicos, para poderem suportar tal temperatura contrastante com as gélidas pessoas ao redor. No entanto, quando a noite finalmente resolveu cair, um friozinho bom tomou conta do lugar.

Antes que ficasse tarde demais, ela voltou para casa. No caminho de volta, tropeçando por mal poder ver onde pisava, a escuridão foi surpreendida por uma intensa luz, indo ao encontro da pobre mulher. A luz avança e avança e, ao se aproximar da mulher, pára. Era um carro e, dentro, um homem querendo informações de como sair dali. Ao que é respondido com um “É impossível sair daqui, moço.” E, só pra não perder o costume, pergunta: “Tem um trocado aí que me ajude, moço?”.

domingo, 31 de maio de 2009

Sobre as dependências...

Não, não é sobre a dependência química que vou falar, apesar de ser particularmente viciada em gomas de mascar (embora ache que isso esteja mais relacionado a um possível tique nervoso do que a um vício propriamente dito). Quero tratar, aqui, da dependência que todos nós temos diante dos artefatos eletrônicos, também conhecidos por “privilégios ocidentais”.

Até que ponto podemos chamá-los de privilégio? Claro que ter uma água quentinha ao acordar cedo, ou poder conversar com pessoas distantes pela internet é um benefício tremendo, mas e quando isso atinge um nível absurdo de dependência? Continua sendo, mesmo assim, um privilégio?

Tomo por exemplo eu mesma. Quando ocorre algum blecaute ou falta água, entro em pânico. O blecaute me assusta por me impedir de fazer qualquer coisa, principalmente à noite, quando está muito escuro para ler ou para fazer qualquer outra coisa. Já a água, quando falta, deixa minha vida completamente caótica. Sinto-me suja e desesperada, além de sedenta. E isso ocorre em um curto período de tempo.

Há pessoas que não passam um dia sequer sem acessar a internet e verificar suas páginas eletrônicas, sejam blogs, orkut, twitter, facebook ou whatever. Eu mesma me considero uma dessas pessoas. Porém, há pessoas que vivem sua vida onlinemente. Acordam (se é que chegam a dormir), ligam o pc (se ele já não tiver passado a noite inteira ligado) e, pronto, passam o dia inteiro conectados. Isso não me parece saudável, assim como ficar o dia todo jogando vídeo game ou assistindo televisão. Acho que os neurônios morrem quando isso acontece...

A questão é: há vida lá fora, gente! Tem sol (se bem que mais chuva ultimamente), tem ar (nem tão puro, mas tem!), árvores fazendo a fotossíntese, animais aéreos pousando na janela da sua casa, frutas caindo nos capôs dos carros estacionados, pessoas apressadas, pessoas não tão apressadas, mar (não muito limpo), a companhia dos amigos, enfim, uma infinidade de coisas acontecendo além das telas de LCD mostrando verdades virtuais. Não se deixem levar pela ilusão dos pixels a sua frente. Ande, movimente-se e, enfim, viva!

*Post um pouco insano, mas havia um bom tempo que não escrevia nada. Prometo que da próxima vez vou caprichar :)

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Ten things I’ve never done


Ou, traduzindo: Dez coisas que eu nunca fiz. Sim, isso é coisa de quem não tem o que falar e, no momento, eu me encaixo nessa categoria de pessoas. Já sei que o meu futuro como jornalista não vai ser dos mais brilhantes (Crise de auto-estima? Chama Dinart!).

Ok, parando com a bobagem, quero falar sobre dez coisas que nunca fiz. Nem sei se vou conseguir pensar nelas (não vale coisas esdrúxulas como “nunca comi uma cadeira” ou “nunca fui ao Triângulo das Bermudas”), mas vale para você também, querido apreciador das minhas tentativas textuais, pensar em coisas simples, mas que nunca fez. Pare pra pensar também no porquê de tal façanha. Bem, essa é a minha listinha:

• Nunca postei vídeos no youtube. Tá, provavelmente muitas pessoas também não, mas é que parece ser uma coisa tão comum atualmente que deu vontade de mencionar;
• Nunca assisti a um episódio de Heroes até o fim. Juro que já tentei, mas um documentário sobre amebas marinhas (se é que isso existe) me empolgaria mais;
• Nunca ouvi Jimmy Hendrix. Podem me matar, mas eu simplesmente nunca procurei ouvir. Virtuosismo na guitarra pode até ser legal, mas não faz diferença alguma pra mim. Nunca vou saber se o guitarrista toca bem ou se errou três acordes;
• Nunca assisti a qualquer filme da franquia 007. Pura falta de interesse mesmo;
• Nunca dormi pelada. Estou tão condicionada a dormir de camisola, baby-doll ou camisa de político que, das vezes em que tentei dormir sem nada, senti como se estivesse faltando algo (é, né, estava sim, mas nem o calor de matar me deixa dormir assim);
• Nunca li Dostoievski, Schopenhauer ou Nietzsche. Não tenho a bagagem suficiente para uma leitura desse porte (apesar de que o professor disse que Nietzsche não era tão profundo assim);
• Nunca quis fazer medicina. Morro de angústia e agonia ao ver acidentes, cirurgias e até mesmo unhas quebradas;
• Nunca tomei absinto. Não sei por quê;
• Nunca fui a Tambaba. Eu sei que tem a parte dos vestidos, mas não sei o caminho pra ir até lá;
• Nunca joguei Guitar Hero. Sou tão old school que prefiro Super Nintendo com seu Mário e Luigi, Power Rangers, Mortal Kombat e Top Gear a essas novas manias como jogos online e nintendo wii;
• Por último e não menos importante: NUNCA FUI A UM SHOW DE FORRÓ. É a coisa da qual mais sinto orgulho em toda a minha curta existência (que me desculpem os forrozeiros). Acho que nem preciso dizer por que nunca fiz isso, não é?

Bem, agora é sua vez: quais são as dez coisas que você nunca fez? Que você se orgulhe ou não (eu não me orgulho de muitas coisas da minha lista), mas apenas diga. Assim, quem sabe, as outras pessoas não te ajudem a fazê-las? Just try :D

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Vocês conhecem Ednaldo Pereira?


Conheci esta sensação da MPB no ano de 2008, através de amigos. De início, não havia percebido a genialidade de suas letras irreverentes e, ao mesmo tempo, politizadas. Porém, aos poucos refleti sobre o conteúdo lírico que ele expressa de maneira inovadora e moderna. Suas músicas falam de tudo um pouco: solidariedade, amor, relacionamentos, religião e política, numa mistura que até então poderia ser classificada apenas como excêntrica, mas que, feita por ele torna-se muito mais do que excentricidade, assumindo um caráter autêntico e, no mínimo, interessante.

Tanta coerência se dá ao fato de Ednaldo ser uma criatura múltipla. Ele compõe, canta, dança e ainda atua em seus vídeos. Esse pluriartista é um ser como todos os outros, exceto por um dado: ao passo que sofre, é inspirado e transforma suas inquietações de homem moderno nesse mundo regido pela inteligência artificial em poesia e lirismo. A seguir, analiso as letras de seu primeiro álbum, Mesclado.


What is the brother? é a faixa que abre o cd. Apesar do título ser em inglês (explicarei mais adiante o porquê disso), a letra é em português e Ednaldo, aqui, fala de sua primeira inquietação como homem moderno: o sistema. O trecho “Vamos mudar/ Esse sistema/ De vida que de fato está/ Não podemos assim continuar” evidencia esse tom confessional e, ao mesmo tempo, indignado com o mundo em que vivemos. Ele deseja mudança e por isso propõe a igualdade, o respeito às gerações novas e antigas, a caridade e a bondade. O What is the brother? do título é o questionamento que ele faz ao ouvinte e, logo depois, soluciona o problema ao propor as mudanças.


A próxima faixa chama-se Mesclado. A faixa-título do álbum é, ao mesmo tempo, um diálogo com o ouvinte, um desabafo do eu - lírico ednaldiano e uma descrição do próprio cd Mesclado. Ele dialoga conosco quando afirma “Mesclei seu coração com toda a razão”. O desabafo ocorre na seguinte estrofe: “Mesclado, Mesclado/ Como é bom e confortável/ Mesclar e se sentir e uma ascensão agradável/ De uma expressão cheia de emoção”. E a descrição do cd é a primeira informação que temos: “Mesclei um Método De metodizar/ Falei de diversos assuntos relativos/ Sobre mais de uma questão/ Que diz a respeito da situação”.


A terceira faixa, batizada de Hora, lembra-nos da dádiva do tempo e de como não o aproveitamos devidamente. O tempo é sagrado e deve ser bem utilizado, de forma digna e assim, ele se sente honrado por fazer bom uso de seu tempo. E que ao usar suas horas de maneira benéfica, ele atinge a perfeição.


Doce, doce amor não precisa de explicações. É a típica música romântica, uma declaração sincera à sua amada com um pedido simples: prová-la de que seu amor é verdadeiro e de que ela é a única inspiração para seus delírios de amor.


Homem Oferecido, a quinta faixa do álbum, trata da dificuldade do relacionamento entre homens e mulheres. A mulher, mantém-se na defensiva e não demonstra o interesse pela investida masculina, porém, quando o homem prova que seu empenho é real, a mulher, enfim, cede.


A sexta faixa, Mulher Contrariada, é uma continuação do assunto da faixa anterior, cujo diferencial encontra-se na mudança de ótica. Lá, o homem era o sujeito da ação e, aqui, a mulher incorpora tal papel. Aqui, mulheres e homens continuam a não se entender, porém, o relacionamento entre eles já existe. O homem é ciente de que eles não se compreendem, porém, aceita o desafio e assim, formam um “casal fora do normal”. É a insistência no relacionamento, mais uma vez, nos mostra Ednaldo, que vale a pena. Viver com uma mulher contrariada “dá em nada”, porém nem todas são assim e o amor deve prevalecer.


Em seguida, Ednaldo nos presenteia com Jaz, uma música com tom fúnebre, mas que no entanto fala sobre vida e esperança e, por que não, renascimento também. É o nosso grande Ednaldo tratando da dubiedade da vivência humana de maneira espetacular e metafórica.


Em Ninguém, oitava música do cd, Ednaldo fala da dificuldade de compreendermos o próximo. É a diferença na semelhança e a semelhança na diferença, o pressuposto que rege toda a humanidade. Além disso, a desesperança que o amor nos oferece: ele quer a amada junto a ele, porém, ela não está e, indignado, ele se pergunta “Por quê?”. É o tom filosófico do amor que conduz esta bela canção.


Na seqüência, a balada Homens que entram no vagão entra em ação. Nela, é impossível não perceber a metáfora política e social presente. O verso “homens que entraram no vagão e não querem mais sair deste trem” remete aos políticos detentores do poder e que se perpetuam através da continuidade de seus filhos e netos. Já no verso “se este barco não virar, nós estamos na mesma situação” diz respeito ao sistema que nos comanda e manobra, fazendo com que não enxerguemos seu poder alienante, deixando-nos sempre “alegres”.


A décima faixa, intitulada Chance, nos mostra as principais inquietações do homem: a vida profissional, sentimental e religiosa. Em todas elas ansiamos pela conquista plena e, assim, esperamos pela chance de realizá-las, assim como o próprio Ednaldo afirma na primeira estrofe: “sem perder, vou tentar/ realizar e assim conquistar”. Sentimentalmente, o homem só se completa quando tem a oportunidade de declarar que só precisa do carinho da amada e que ela, ao escutar a declaração, o aceite. Percebemos também que Ednaldo tem uma conexão muito forte com Deus: “Chance, tenho de invocar/ E falar com o Deus de Israel/ Que fez a terra e os céus/ Através de uma oração/ Que vem do meu coração”. É uma música essencialmente esperançosa.


A décima primeira faixa recebe o nome de Indiferença. Nela, Ednaldo apela para um lirismo erótico, porém com classe. As estrofes “Faz em mim, o que queres de bom que eu faça em ti/ A interrupção prejudica a nossa relação” e “Sei que sinto muito prazer em seu corpo não sei porque/ Eu dizendo que te amo, você dizendo que me ama/ E assim garota só nos dois em uma cama” mostram claramente esse lado. O outro lado da música é, como o título indica, a indiferença da moça, apesar de tamanha cumplicidade que há entre os dois. É Ednaldo mais uma vez nos mostrando a ambigüidade da vida e dos relacionamentos.


E, dessa forma, chegamos ao fim de nossa viagem Ednaldiana. Espero que vocês tenham apreciado e que os preconceitos acerca dessa nova música de vanguarda caiam por terra. Deixe-se emocionar e viajar nesse mundo de filosofia, amor e metáforas sociais.

Para quem não o conhece ainda, assista ao vídeo mais famoso de sua vasta videografia: http://www.youtube.com/watch?v=r6Zv6QPFG2s

E, para mais informações, acesse o blog: http://chancenaweb.blogspot.com/ e saiba mais da vida deste maravilhoso músico.


(Brincadeira com Ednaldo, gente, espero que vocês tenham gostado! Críticas e sugestões são super bem vindas!)

quinta-feira, 30 de abril de 2009

O espirro do porco


Atual preocupação mundial, a gripe suína desbancou até assuntos como a crise financeira mundial ou a próxima medida do governo Obama. Desde o surto da gripe aviária, em 2005, o mundo nunca esteve em tamanho estado de alerta e pavor. E não é pra menos, afinal de contas, a OMS - Organização Mundial de Saúde - aumentou para o nível 5 o risco de pandemia da gripe. Vale salientar que o máximo é nível 6.

Mas, por que ela é digna de tamanho estado de alerta, a ponto da OMS declará-la como uma emergência na saúde pública internacional?
Primeiro, esta não é uma gripe comum. Apesar dos sintomas parecidos com os da gripe comum, como
cansaço, febre, fadiga, dores pelo corpo e tosse, esse vírus da gripe suína é forte e altamente mutável, ou seja, é capaz de matar e se modificar ao ser transmitida.
Segundo, ela é de fácil contágio e você nunca sabe se está contaminado ou se é apenas uma sinusite. Assim, o melhor a fazer é ir a algum hospital competente assim que o mínimo sintoma de gripe aparecer.
Terceiro, os remédios para combatê-la ainda estão em fase de testes, enquanto mais e mais pessoas contraem o vírus diariamente.
E quarto, já há suspeitas de contaminação em território brasileiro - a saber, Espírito Santo, Goiânia, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Rio de Janeiro, Fortaleza e Itapema. (Fonte: wikipédia)

Agora está entendido o motivo de tanta preocupação e alarme mundial? Admito que estou paranóica quanto à gripe. Graças à Juliana (sim, a culpa foi inteiramente sua! hahahaha, to brincando, mas teve uma parcela de culpa sim!) e à Band News, que parece não ter mais notícias senão a tal doença. E não é apenas noticiá-la para alertar, mas parece que a cada cinco minutos lembrar-nos de que estamos em pandemia não é suficiente. É preciso amedrontar a população!
Também acredito que essa gripe é um sinal de que o planeta está próximo ao fim. Não sei se alguém já percebeu, mas ultimamente, o mundo está com um tempo maluco (ora chove, ora faz um sol de matar, sem falar no aquecimento global), blecautes (aportuguesado mesmo), a água falta praticamente em dias alternados (e não estamos em regime de racionamento - além de que faltar água com a quantidade de chuvas que cai diariamente é no mínimo preocupante) e a tal da gripe suína. O que mais falta nos acontecer? Sinceramente, prefiro que esta pergunta não seja respondida.


quarta-feira, 22 de abril de 2009

O que você fez nesse feriado de Tiradentes?


Totalmente no espírito de martírio que o dia de Tiradentes provoca (ou não), resolvi aproveitá-lo descansando. Mas, é claro, que muito bem acompanhada: um livro, um controle remoto e, de vez em quando, um aperitivo (que pena que os aperitivos não estavam acompanhados =~~). E, foi assim, que descobri um filme simples, mas que em sua simplicidade me disse muito. Seu nome é Sob o sol da Toscana.

Sob o sol da Toscana fala sobre uma escritora, Frances Mayers (interpretada por Diane Lane), recém-divorciada e totalmente descrente com a vida, o trabalho e o amor. Uma amiga, na tentativa de ajudá-la a melhorar o baixo-astral, a envia numa excussão pela Itália. Lá, ela se encanta com o país, as pessoas e, principalmente, com uma casa precisando de uma reforma urgente. Compra a casa instantaneamente e, ao passo que a reforma ocorre, ela vai igualmente se "reformando", por assim dizer, redescobrindo sentimentos, valores e a si mesma. É essencialmente uma história de recuperação e redenção, afinal, é o que desejamos, finais felizes. Mas, o que importa aqui é o caminho percorrido, o reencontro de Frances consigo mesma. Se há desesperança? Há. Se há momentos em que ela se pergunta "what the fuck am I doing here?", ou, no bom e velho português, "que porra eu tô fazendo aqui?", também há. E a recuperação demora sim, assim como na vida real. Ela sofre desilusões e passa por altos e baixos durante toda a duração do filme e, quando acreditamos que ela vai acabar só, o “destino” nos surpreende. É como diz o nosso grande poeta paraibano, Ednaldo Pereira, "quem espera, na maioria das vezes, sempre alcança". Ou seja: tenha calma que, mais cedo ou mais tarde, o que é seu vai chegar. Só que antes você vai ter de lidar com uns sapos... literalmente! Afinal, não há redenção sem antes haver queda (s).

Essa mensagem pode até soar boba ou evidente, mas, encontrando-a num filme tão bonito como esse, torna-se quase uma pérola. E, afinal de contas, foi um bom feriado.


"Never lose your childish innocence. It's the most important thing."

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Rebelem-se, mulheres!

Estamos numa era de globalização intensa e enorme desenvolvimento de tecnologias de ponta, isso é fato. Porém, apesar de tamanho avanço, ainda há situações que parecem não perder o caráter arcaico: a iniciativa. Não, não estou falando da iniciativa privada ou algo que o valha, mas sim de iniciativa em relacionamentos, entre homens e mulheres. A opinião do senso comum, de que o homem deve ser o iniciador, o primeiro a “chegar junto”, é ainda fortemente difundida e aceita. E, dessa forma, uma garota evita ser a “iniciadora” de um relacionamento sob o risco de ser confundida e parecer “oferecida”, quando somente queria adiantar o inevitável. Além do senso comum, há o individual, o subjetivo. Muitas vezes, uma mulher está querendo tanto que aconteça que acaba sendo muito “direta” e assusta o homem. Ou, pior, espera até que o homem entenda os sinais e, finalmente, a convide pra sair (o que muitas vezes nem é entendido e acaba na total frustração da mulher). Afinal, o que há de errado? Será a falta de comunicação entre homens e mulheres, que os separa com um abismo intransponível? Ou será essa ideologia machista que afasta e reprime as mulheres “ousadas”?

No entanto, há aquelas que não se contentam com o senso-comum. São as mulheres independentes, tanto financeira quando emocionalmente. Elas não se preocupam com rótulos e simplesmente agem. Os “papéis” são invertidos: elas convidam, elas flertam, elas pagam. Destemidas e arrojadas, essas mulheres, pouco a pouco, estão revolucionando o modo de comportamento e de visão do “mundo do amor”. Se a mulher foi capaz de sair de casa, se inserir num mercado de trabalho predominantemente masculino e de escolher como e com quem deseja se relacionar, por que não buscar o que lhe desperta desejo? Por que esperar? Esperamos há tanto tempo que agora é o momento de, finalmente, agirmos. Se há rótulos, que caiam por terra. Se há resistência por parte do homem, busque outro. A frase de ordem é: se eles podem, nós podemos também.

sábado, 7 de março de 2009

Dia da mulher pra quem?


Mais alguém, além de mim, acha que esse "dia da mulher" é uma farsa? Assim como não acredito em dia das mães, ou dos pais e até mesmo das crianças, não acredito em dia da mulher. Pode soar clichê, mas dia da mulher é todo dia. Por acaso não é todo dia que nós mulheres temos de enfrentar o preconceito da sociedade simplesmente por termos nascido sob tal condição? Então, devemos comemorar todos os dias! Por mais que vençamos batalhas, conquistemos posições antes só reservadas aos homens e possamos fazer "o que bem quisermos" com nossas vidas e corpos, o preconceito não cessou. Infelizmente, vivemos numa sociedade machista e que acredita piamente na força e capacidade dos reprodutores machos. E, como forma de consolo, criam um dia, se aproveitando de uma causalidade terrível e esperam que caiamos nessa. Nem pensar! Eu não quero um dia da mulher pra receber flores e parabéns falsos! Eu quero uma vida digna, não apenas para mim, mas para todas as mulheres. Aquelas Marias e Amélias que vivem em função de um marido opressor e egoísta. Aquelas Carmens e Matildes que trabalham dia e noite, em sub-empregos, para garantir um futuro melhor aos filhos. Aquelas Joanas e Madalenas que não têm coragem de sair de casa por causa do arroxeado em suas peles. Lei Maria da Penha? Ah, aquela Lei que praticamente pede ao homem que não bata na mulher, sabe, porque é feio. E, quando chegam em casa, o agressor covarde mata a mulher e, pronto, problema resolvido! Sabe o que eu acho disso tudo? Uma vergonha! Numa época em que até a comunicação e os relacionamentos são artificiais e em que o avanço tecnológico é ovacionado, mulher não ser reconhecida como tal é um absurdo. Um absurdo. É isso, então, que temos a comemorar?

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Fest Eleição 2009

Um evento acadêmico de grande repercussão nacional abalou as estruturas da Universidade Federal da Paraíba. É o Fest Eleição 2009. Nesse mais novo carnaval "fora de época", o alunado é convidado a participar da festa da seguinte forma: vote em quem faz mais barulho. De um lado, o abadá é laranja e azul. Do outro, verde e branco. Ainda há uma terceira ala, mas, aparentemente, o mar levou. Pra chamar a atenção dos votantes, vale de tudo, inclusive guarda em pontos estratégicos. Vale salientar que o evento foi avisado de última hora, sem o anúncio das datas dos shows e do repertório musical. Então, fica bem difícil pros foliões saberem do que estão participando, não é verdade? A organização do evento deveria aprender com os demais carnavais fora de época que pipocam na capital paraibana algo bastante simples: a organizar e divulgar. E também a escolher melhor as datas da grande festa.






(
Sim, esse "evento" me revolta profundamente e, quem não tiver gostado da minha opinião, não me importa. Alguém por algum acaso se importou com o meu interesse, como simples estudante? Então, aguenta aí!)

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Cortar o mal pela raiz

Meu cabelo foi cortado pela última vez há nove anos. Nove anos. E, não foi um corte qualquer, mas um corte curto, logo acima dos ombros e abaixo do queixo. Àquela época, eu era uma menininha ainda, sem gosto estético, musical ou literário algum. Só sabia que o futuro me aguardava. Então, decidi testar algo novo: deixar meu cabelo crescer. E cresceu bastante! Chegou até a cintura. Não que eu fosse grande nem nada, mas o cabelo era. E as unhas também. E eram meu motivo de orgulho maior. (Sim, isso é realmente triste). Então, nove anos depois, unhas uma vez grandes, estavam cortadas. E cabelo, uma vez enorme, estava curto. Curto como nunca havia imaginado que ficasse novamente: acima dos ombros e abaixo do queixo. Se o cabelo era curto, a mudança não era tão pequena assim. A mudança havia sido enorme. Até pouco tempo, digamos há uns dois ou três anos, era simplesmente inaceitável para mim que uma pessoa gostasse de ter um cabelo curto e se sentisse bem dessa forma. Mas, graças aos céus (e ao tempo), minha percepção mudou e, assim, a coragem veio de fininho até me preencher completamente. E hoje estou aqui, de unhas cortadas e cabelo cortado. Ninguém acreditaria que isso fosse possível. E, às vezes, é tão bom surpreender as pessoas. E, principalmente, a si mesmo.

Não sou adepta ferrenha de mudanças. Na verdade, custo bastante a aceitá-las. E, de vez em quando, nem nelas eu acredito. Sou como aquele santo católico que "só crê quando vê". Só que a minha mudança atingiu primeiro o estágio interno. Mudei por dentro. Mudei meu pensamento, meus sentimentos, minha visão de mundo. Depois de tudo isso, tinha de externar essa mudança tão importante pra mim. E essa foi a maneira que encontrei. A mudança perfeita. Deixar pra trás o que é do passado. Cortar o mal pela raiz. Idéias novas pedem um "corpo compatível". E espero que essa minha mudança (ou amadurecimento) seja boa. Aliás, ótima. Hoje sou uma nova Celina. Muito prazer.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

This the end, my friend!

É chegada a triste hora do adeus. E como eu odeio despedidas, meu Deus. Mas, não, não sou eu quem irei me despedir. São as férias que nos abandonarão e deixarão saudades (ou não). Essas turistas malvadas, que vêm a cada seis meses e, como qualquer outra coisa boa da vida, se vão rápido demais. E, como pobres órfãos abandonados pelo Destino, num orfanato chamado Cotidiano, somos obrigados e conviver com milhares de almas desenganadas pela sorte que não nos acompanha.
...

Sim, eu sei. Isso fede a desespero, drama e (sim, eu admito!) breguice. Mas, não posso evitar! Eu só queria uma semana a mais, um pouco mais de descanso e aí sim eu me sentiria renovada para continuar a lutar. Tá, provavelmente não, mas não custa nada pedir, não é? ;)

Mas, como eu sei que não serei ouvida, só me resta desejar a todos um bom retorno às aulas e que a esperança de novas férias continue firme em nossos corações (última breguice, juro!). Adeus, férias! (desculpem-me, não pude evitar =X)

domingo, 25 de janeiro de 2009

Obamania


Eu acredito no Obama. Acredito que ele trará a paz mundial, reverterá a crise do capitalismo, unirá os povos e perdoará as dívidas de todos os países do 3° mundo. HA HA HA! Fala sério! Mas, sem ironias, vocês realmente acreditam que Obama é o salvador do mundo? Não acham que ele prometeu demais? Ou, melhor: não acham que é esperado demais dele? Promessas de campanha são promessas de campanha, seja aqui nos confins do mundo, seja no "mundo civilizado". O que eu acredito, de verdade, é que ele vai tentar fazer alguma coisa, ao menos. Já começou bem com o lance de Guantânamo. Mas, não sei se ele será capaz de fazer tudo o que esperam dele. Ele não é Jesus Cristo, gente! E esse "endeusamento" em torno da figura dele é o que mais me incomoda. Aliás, ele também não é o plebeu que a mídia afirma veementemente. Ele é formado nas Universidades de Columbia e Harvard, extremamente requisitadas, famosas e, o mais importante, caras! É fato que ele conseguiu muitos feitos ao longo de seus 40 anos. Afinal de contas, ele foi o primeiro presidente afro-americano da revista Harvard Law Review. E, agora, o primeiro presidente afro-americano dos EUA, um dos países mais preconceituosos do mundo. Tiro meu chapéu, Obama! Porém, apesar dessas conquistas importantíssimas, não quero ser otimista em excesso. Desejo, com todo o meu coração, que ele faça ao menos um terço do prometido. Principalmente com relação ao Oriente Médio. E, mesmo que ele não faça muita coisa, seu governo será bem melhor do que o do antecessor, George W. Bush. Sobre este prefiro nem comentar, seus atos insanos falam mais do que minhas simples impressões. Só espero que ele não pense dessa forma e tente, realmente, fazer alguma diferença nesse mundo. Um passo já está dado, falta o caminho a trilhar. E, para isso, desejo boa sorte ao Barack.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Auto-ajuda ajuda?


Uma das características mais marcantes dessa nova era da globalização, sem dúvida, é a individualidade. Prova disso são os verbos imperativos (revestidos de conselhos) estampados em capas de revistas: "Faça, Compre, Perca, Ganhe, Leia, Viva!". São as relações interpessoais cada vez mais triviais e superficiais, muitas vezes regidas pelo dinheiro e posição social dos envolvidos. São as escolhas que temos de fazer: carreira, casamento ou os dois? Se você escolhe apenas um, fica incompleta, mas se escolhe os dois, não dá conta. São os filmes em que o herói solitário, que prefere a honra da solidão em detrimento do contato humano "excessivo", é elogiado e até mesmo imitado. São os valores como amor ao próximo, compaixão, generosidade e honestidade em supressão. Então, não se admira que, igualmente, a doença dessa nova era seja a depressão. Essa crença demasiada no poder do "faça você mesmo" nem sempre é certa. E ainda assim há quem tente se aproveitar disso e ganhar dinheiro. Mas, quem faz isso? Os autores de livro de auto-ajuda. Por isso, eu volto a questionar: Auto-ajuda ajuda? Ao meu ver, não.
Um livro com a promessa de inovação e resolução de problemas, mas que na verdade é apenas a mesma coisa que encontramos em todos os lugares, pra mim, pelo menos, não ajuda em nada. É um reforço dessa ordem geral e que continua a alienar e deixar o caminho aberto para mais e mais livros dessa natureza, que continuarão a não ajudar ninguém. Será que algum ser humano já se beneficiou de algum desses livros? Tá, tá, eu posso até estar sendo um pouco indelicada. Esses livros não são de todo o mal, não é verdade? O meu maior problema com eles é com a promessa. A promessa de mudança e de melhora. É o cinismo que encontramos neles. Porque o máximo que esses livros fazem numa pessoa é uma reflexão e, mesmo assim, uma reflexão superficial, que não ajuda em nada. Que não muda em nada. A pessoa lê, reflete um pouco e depois volta a fazer a mesma coisa, como se nada tivesse acontecido. Grande ajuda! Ah, e quer saber qual é o "segredo"? Não comprar esses livros!

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Sim, estou em crise

Dia desses estava quase dormindo quando parei e pensei: e se eu não for nada e esta vida não for nada? E se eu me preocupo à toa todos os dias? Será que tudo isso - sentimentos, objetos, arte - é mera ilusão? Não a ilusão cinematográfica, mas a ilusão ilusão. Aquela que você só percebe quando já é tarde demais e não há mais tempo pra voltar. E se não houver Deus, santos e anjos? Ou diabo, caídos e inferno? E se tudo for uma grande mentira? E quando eu digo tudo, quero dizer tudo mesmo! Eu, você, a internet, as letras, o oxigênio, as páginas, até mesmo isso que você está lendo! Quando penso nisso tudo, me dá calafrios. Quase perco o sono de vez. E daí eu penso na outra possibilidade: Se é ilusão, por que eu sinto tudo isso com tanta intensidade? O medo, a coragem, o ódio, o amor, o feio, o belo, a guerra e a paz serão ilusões? Invenções de uma mente maior? Não acredito. Isso tudo é tão... humano e real que a primeira possibilidade parece mais idéia conspiratória ou de criança. Não que seja completamente impossível, mas vocês já repararam ao mal que nos circunda dia a dia, hora a hora e minuto a minuto? Se ando pelas ruas da cidade, posso ser assaltada. Se fico em casa, posso morrer de calor (literalmente, depois desse tal de aquecimento global...). Se como, as gorduras trans me matarão aos poucos. Se bebo, o álcool degenerará meu cérebro e meu fígado ( e se bebo água, ela não está 100% limpa). Se durmo, sou vagabunda. Se procuro algo pra fazer, hiperativa. Se saio demais, baladeira. Se fico em casa demais, caseira (ou até mesmo careta). Não há nada seguro o bastante. Na verdade, não há nada seguro. O que fazer, então? Preferir que seja tudo ilusão e correr o risco de parecer maluca ou infantil. E, sim, estou em crise. Por quê? Por pensar nisso tudo e não conseguir nem sequer cogitar uma solução. O mundo está perdido, eles dizem. É, está sim e os humanos também, eu digo.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Feliz 2009!

Sim, eu sei, já são 3 (quase 4) de Janeiro e só agora eu desejo Feliz Ano de 2009 pra vocês (meus poucos, mas queridos) leitores. Desculpem-me, ok? De vez em quando tenho surtos de lentidão... hehehehehe...
Bem, enfim, como primeiro post desse ano, gostaria de falar sobre... nada. Isso mesmo, sobre nada. êne - a - dê - a. O negócio é que eu quero sim enrolar vocês porque não tenho nenhum assunto especial que eu gostaria de tratar. Já não quero mais reclamar (tanto), pelo menos nesse primeiro mês, vai. Essa pode até ser uma de minhas resoluções! Boa idéia... Aliás, pra que realmente serve essa tal de "resolução de ano novo" afinal? Por que as pessoas continuam insistindo em algo que sabem que não vão concretizar? Sinceramente, não faço a mínima noção. Talvez seja o tão famigerado "espírito de renovação" que ludibriam a todos nós e realmente acreditamos que conseguiremos realizá-los! Mas, aposto que na metade do ano ninguém nem ao menos se lembra do que havia planejado praticar durante o ano vindouro. E ainda sou capaz de afirmar que na metade do ano todos já estão tão cansados com a mesma vida, levada da mesma forma durante tanto tempo, que nem ao menos se importam com a resolução conquistada ou não. É o igualmente famigerado "espírito do conformismo" tomando conta de nós. Sim, detesto admitir, mas sou uma grande conformada. É chato. É feio. E é até vergonhoso de se admitir, mas o que posso fazer? Eu sou assim mesmo e não acredito que vá mudar... (e olha ela aí agindo novamente!). Não é que não acredite em mudanças... Mas, tenho enorme desconfiança quanto a essa palavra. Mudanças nem sempre são boas, e nem sempre acontecem. Meu Deus, eu realmente estou falando em conformismo e desconfiança no primeiro post do ano?
Gente, ignorem tudo isso que falei acima! Não comecem o ano concordando com nada do que eu disse. Esqueçam, sério mesmo! Além de conformada, desconfiada e "reclamona", também sou pessimista. E não é disso que vocês precisam ler como primeiro recado meu, não é verdade? Ou não! Um pouco de realidade (até parece ahuahuahuahauhaa...) é sempre bem-vinda, pelo menos pra mim. Então, não ignorem nada do que eu disse. Apenas reflitam. E tentem realizar as resoluções de ano novo. Pelo menos eu tentarei! ;)