terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Auto-ajuda ajuda?


Uma das características mais marcantes dessa nova era da globalização, sem dúvida, é a individualidade. Prova disso são os verbos imperativos (revestidos de conselhos) estampados em capas de revistas: "Faça, Compre, Perca, Ganhe, Leia, Viva!". São as relações interpessoais cada vez mais triviais e superficiais, muitas vezes regidas pelo dinheiro e posição social dos envolvidos. São as escolhas que temos de fazer: carreira, casamento ou os dois? Se você escolhe apenas um, fica incompleta, mas se escolhe os dois, não dá conta. São os filmes em que o herói solitário, que prefere a honra da solidão em detrimento do contato humano "excessivo", é elogiado e até mesmo imitado. São os valores como amor ao próximo, compaixão, generosidade e honestidade em supressão. Então, não se admira que, igualmente, a doença dessa nova era seja a depressão. Essa crença demasiada no poder do "faça você mesmo" nem sempre é certa. E ainda assim há quem tente se aproveitar disso e ganhar dinheiro. Mas, quem faz isso? Os autores de livro de auto-ajuda. Por isso, eu volto a questionar: Auto-ajuda ajuda? Ao meu ver, não.
Um livro com a promessa de inovação e resolução de problemas, mas que na verdade é apenas a mesma coisa que encontramos em todos os lugares, pra mim, pelo menos, não ajuda em nada. É um reforço dessa ordem geral e que continua a alienar e deixar o caminho aberto para mais e mais livros dessa natureza, que continuarão a não ajudar ninguém. Será que algum ser humano já se beneficiou de algum desses livros? Tá, tá, eu posso até estar sendo um pouco indelicada. Esses livros não são de todo o mal, não é verdade? O meu maior problema com eles é com a promessa. A promessa de mudança e de melhora. É o cinismo que encontramos neles. Porque o máximo que esses livros fazem numa pessoa é uma reflexão e, mesmo assim, uma reflexão superficial, que não ajuda em nada. Que não muda em nada. A pessoa lê, reflete um pouco e depois volta a fazer a mesma coisa, como se nada tivesse acontecido. Grande ajuda! Ah, e quer saber qual é o "segredo"? Não comprar esses livros!

Um comentário:

  1. Meu penúltimo post fala um pouco sobre isso.
    Auto-ajuda é ridículo.

    Primeiro:
    Auto-ajuda se define por algum indivíduo se auto aprimorar em relação a algo, ou seja, (desculpa a redundância) se aprimorar SOZINHO.

    Se é pra fazer isso sozinho, não faz sentido alguém escrever algo como 'Como viver a vida' pra tentar te ajudar.

    Não adianta de nada. Livro de auto-ajuda pra mim, só serve pra ocupar espaço na prateleira.

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