segunda-feira, 1 de novembro de 2010

10 coisas que eu aprendi nas eleições de 2010







As eleições deste ano foram marcadas por inúmeras polêmicas, discussões totalmente deslocadas e mal interpretadas e constantes ataques (de todos os adversários) a cada oportunidade. Em alguns momentos do processo, sentimentos como nojo e asco predominaram a minha mente em relação aos candidatos. Sem dúvidas, e creio que você concorda comigo, essa foi uma eleição dominada por baixarias e calúnias. Então, seguem 10 coisas que eu observei e aprendi durante o pleito 2010:
  1. Se eu quiser alcançar um objetivo (leia-se poder), é só me aliar a adversários políticos e ideológicos. Pureza política e coerência e fidelidade partidária pra quê? Os fins justificam os meios, afinal!
  2. Todas as vezes em que eu me sentir ameaçado por algum candidato, basta espalhar boatos, panfletos ou e-mails com conteúdos controversos e extremamente preconceituosos, me aproveitando descaradamente da parcela da população que vota de acordo com a emoção e não com a razão.
  3. Comparecer aos debates para os quais fui convidado e, caso alguém falte, deixar bem claro para os telespectadores o quanto isso é desrespeitoso e soberbo da parte do faltoso.
  4. Se eu não tiver argumento algum, desvio do assunto tratado ou simplesmente ataco os demais candidatos. Propostas pra quê, não é mesmo?
  5. Iludir os eleitores com promessas e acordos feitos de última hora achando que não soará como desespero, mas sim como justo e digno.
  6. Ao me beneficiar do poder político dos meus aliados, justificar para a população como “diálogo político” ou “nova configuração de comando, a fim de trazer modernidade ao lugar”.
  7. Vamos falar de assuntos espinhosos e que não cabem em pleno período eleitoral só para agradar as parcelas mais reacionárias da sociedade? Fuck yeah!
  8. Curral eleitoral ainda é uma realidade gritante, principalmente na Paraíba, por mais que se afirme o contrário.
  9. Religião, drogas, dinheiro, cargos comissionados e leis são ótimas manobras políticas – mas que se mal usadas certamente farão o efeito inesperado.
  10. No fim das contas, vota-se no candidato “menos ruim”, já que os candidatos com propostas reais de mudança são chamados de loucos e logo são excluídos do processo. Desde quando coerência política e ideológica são consideradas loucura? Podem, no máximo, serem utopias... Mas uma boa utopia, vale salientar!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Por que comemorar o 7 de setembro?


Se você for daqueles que só se sente “patriota” quando o Brasil ganha a Copa do mundo, ou seja, não “é brasileiro” desde 2002, pare e pense um pouco: por que isto acontece?


São muitos os que dizem, e, infelizmente, com certo orgulho, que ser patriota é brega e ultrapassado e que se recusam a sê-lo. Desde quando amar o país onde se vive é fora de moda? Você ama a casa onde mora, certo? Então, por que seria diferente com o Brasil?


Um dos argumentos mais usados por esses “ranzinzas” é de que o Brasil é um país desigual e que, portanto, não merece ser amado. Outros ainda dizem que o patriotismo é uma herança da ditadura militar e, conseqüentemente, quem ama o Brasil, ama a ditadura.


Não podemos negar que no Brasil a distribuição de renda é terrivelmente desigual, mas podemos realmente culpar o país por isso? Ou seria uma das conseqüências que enfrentamos por participar de um sistema excludente? Sendo assim, logicamente a desigualdade não tem nada a ver com amar a pátria: trata-se de uma questão mais profunda.


Quanto à ditadura, só se pode dizer que, tristemente, faz parte da história do Brasil. Se os governos da época se utilizavam de um patriotismo doentio para se justificar, logo a vítima é o próprio sentimento. Não faz sentido deixar de ser patriota por causa disso.


Portanto, comemore este 7 de setembro. Vista-se de verde e amarelo, assista ao desfile cívico, cante o hino nacional e declare o seu amor pelo País: volte a ser brasileiro! Amar o Brasil e mostrar que o ama não é brega, é bonito. E amá-lo mesmo quando há motivos que justifiquem o contrário, é mais bonito ainda.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Que é importante...


...É. Não posso dizer que não é porque estaria mentindo. Não é muito mais legal quando você olha pra alguma pessoa, ou pra alguma coisa e essa pessoa/coisa é bela? Claro que é. E intimidante também. Pessoas/coisas muito bonitas podem te causar fascínio e, ao mesmo tempo, medo.


Eu sempre tive essa relação paradoxal com o belo. Mas, antes de afirmar “isso é bonito”, eu analiso. Analiso tudo. No caso de uma pessoa, é muito fácil apontar e dizer quem é bonito e quem é feio. No entanto, se eu começar a conhecer a pessoa melhor e ela se mostrar preconceituosa ou limitada, por exemplo, acabou-se a beleza. Sim, eu sou radical assim.


Quer coisa mais feia do que alguém mal educado ou mal humorado? Às vezes um simples “bom dia”, mesmo que por pura cortesia, já dá um novo ânimo a pessoa. Lembro-me de uma vez em que estava triste e uma pessoa foi cortês comigo desejando-me apenas um “bom dia”. Eu lembro que, nesse instante, acreditei na humanidade por 1 ou 2 minutos. Sim, isso é muito pra mim.


E sinceridade? Isso é tão importante quanto educação e bom humor. Uma pessoa alegremente falsa é logo percebida e aí ela perde toda a credibilidade. Se bem que é preciso dar um pouco de crédito a uma pessoa que consegue fingir alegria. Ou não. Enfim, pessoas que te olham nos olhos e dizem o que você precisa ouvir quando ninguém mais tem coragem. Isso sim é bonito, cara. Vale mais do que um par de olhos azuis feito o mar te olhando com cinismo e tentando te enganar só porque pode. Isso é horrível e feio de verdade.


Salientando que educação não se resume a cortesias aprendidas na infância, como “com licença”, “obrigada” e “por favor”. Ouvir o outro, aliás, saber a hora de ouvir o outro é pura educação. Respeitar a opinião alheia, tratar de assuntos delicados em particular, discrição. Tudo isso é educação e ainda com o bônus de elegância. Nota dez, moleque!


Algumas pessoas detestam gente efusiva. Eu não. Sério mesmo. Acho que consigo diferenciar quando a pessoa é realmente efusiva ou apenas gosta de exibição. Pessoas efusivas costumam ser sinceras e, por isso, gosto de pessoas efusivas. As efusivas de verdade, capazes de rir alto com uma piada ou de chorar com uma má notícia. Eu respeito.


Em resumo: uma pessoa bela, para mim, vai alem de um corpo bacana, roupas estilosas e rostinho de boneca. Tudo isso só vale se ela for educada, gentil, discreta, bem humorada, esperta e respeitosa. É isso aí!


Frase-resumo do post: “A beleza é o acordo entre o conteúdo e a forma” – Henrik Ibsen


*Keira Knightley, a Elizabeth de Orgulho e Preconceito: bela.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Post explicativo

Há alguns meses (5, pra ser mais específica), eu não faço nenhum texto pra ser publicado por aqui. Portanto, voltarei a escrever, só que desta vez a partir de tópicos. Dessa forma, se o tópico for beleza (como será o primeiro, que postarei em breve), destrincharei tudo o que penso sobre isso, seja com relação a mim ou a outras pessoas. Espero que, assim, eu consiga manter a atualização de posts e que o blog não caia, mais uma vez, em esquecimento.

Grata,

Celina Modesto.

sábado, 27 de março de 2010

Meio Ambiente? Real Soluções





Em João Pessoa-PB, e com assessoria em todo o Estado da Paraíba, você conta com a REAL SOLUÇÕES , uma empresa que se preocupa com as questões ambientais e possui profissionais (equipe multidisciplinar rigorosamente qualificada) na área de meio ambiente, com sólida experiência no mercado de consultoria, serviços e desenvolvimento de projetos ambientais.
A REAL SOLUÇÕES atende a necessidade do empresário, minimizando a burocracia documental de sua empresa, pois muitas, ou melhor, a maioria das empresas devem estar adequadas às leis ambientais, de modo que não se torne um empecilho para seu crescimento financeiro, a exemplo dos autos de infração.
Nossos serviços: licenciamento ambiental de qualquer tipo de empreendimento, consultoria ambiental, EIA – Estudo de Impacto Ambiental, rima- relatório de impacto ao meio ambiente; PRAD – Projeto de Recuperação de Área degradada, PAC - Plano de Controle; LO- Licença de Operação, LI- Licença de Instalação, LP- licença Prévia, vistoria prévia, teste de estanqueidade, entre outros vários serviços.
Trabalhamos com Licenciamento Ambiental de qualquer tipo de empreendimento. Atuamos na área da Construção Civil, terceirização de mão de obra e Produção de Eventos.

Fábio Carvalho

Ligue e confira: (83) 3045-8485

domingo, 21 de março de 2010

Para meu pai

Nunca fui das melhores no quesito "expressão". Sempre que quero dizer uma coisa, acabo dizendo outra e, pra desdizer essa outra coisa, fica muito complicado e aí eu desisto.
Por isso, prefiro me comunicar via escrita. No blog, ou por e-mail, ou até mesmo no msn. Nesses, eu posso apagar algo mal "dito" ou até mesmo dizer algo que não conseguiria pessoalmente. Apesar de achar o pessoal melhor e mais eficaz, o escrito me ajuda a externar tudo o que ferve dentro.

Tudo isso só pra dizer que sinto muito. Meu coração dói a cada batida, a cada ar que invade os pulmões e a cada encontrar de pálpebras. Não me sinto só, mas uma parte de mim definitivamente se foi. E uma parte que, até então, não sabia que faria tanta diferença em minha vida. E estou sendo extremamente sincera ao admitir isso. É vazio, é dor, é saudade. Principalmente saudade. Mas, também, alívio. Sofrimento que, finalmente, cessou.

Eu tinha conhecimento do meu egoísmo. Mas, não sabia o tamanho. Agora sei o quanto posso ser egoísta e não gostei nada disso. A gente se apega a pessoas, situações e objetos de uma maneira tão estranhamente macabra que dá... medo. Um certo tempo passa, a mistura de sentimentos vai acalmando e a clareza vai abrindo o caminho em meio a tanta tormenta.

Ainda não estou totalmente bem, longe disso. Mas, sei que vou melhorar. Vai demorar, mas vou sim. Ao menos o conforto já está em 50%. A falta danada é que vai demorar mais. Muito mais. E, pra isso, nem conforto há.

Mas, os amigos estão ajudando. Sei quem está comigo quando precisar e, a eles, serei eternamente grata.

Então, pra você, Pai, editei um poema lindo de um cara chamado Maiakóvski que conheci graças ao twitter (quem diria?) de uma garota brilhante. Segue:


A SIERGUÉI IESSIÊNIN

MAIAKÓVSKI

Você partiu,

como se diz,
para o outro mundo.

Vácuo. . .

Você sobe,
entremeado às estrelas.

Nem álcool,

nem moedas.
Sóbrio.
Vôo sem fundo.

[...]


Olho -

sangue nas mãos frouxas,
você sacode
o invólucro
dos ossos.

[...]


Pare,

basta !
Você perdeu o senso? -

Deixar

que a cal
mortal
Ihe cubra o rosto?

Você,

com todo esse talento
para o impossível;
hábil
como poucos.

Por quê?

Para quê?
Perplexidade.

- É o vinho!

- a crítica esbraveja.

Tese:

refratário à sociedade.
Corolário:
muito vinho e cerveja.

Sim,

se você trocasse
a boêmia
pela classe;

A classe agiria em você,

e Ihe daria um norte.
E a classe
por acaso
mata a sede com xarope?

Ela sabe beber -

nada tem de abstêmia.

[...]


Agora

para sempre
tua boca
está cerrada.

Difícil

e inútil
excogitar enigmas.

[...]


O tempo é escasso -

mãos à obra.

Primeiro

é preciso
transformar a vida,
para cantá-la -
em seguida.

Os tempos estão duros

para o artista:
Mas,
dizei-me,
anêmicos e anões,
os grandes,
onde,
em que ocasião,
escolheram
uma estrada
batida?

General

da força humana
- Verbo -
marche!

Que o tempo

cuspa balas
para trás,
e o vento
no passado
só desfaça
um maço de cabelos.

Para o júbilo

o planeta
está imaturo.

É preciso

arrancar alegria
ao futuro.

Nesta vida

morrer não é difícil.
O difícil
é a vida e seu ofício.


À minha coisa preta com marrom e branca, inesquecível. Ficam os ensinamentos que, sim, foram muitos. Adeus, ou melhor, até logo.

sábado, 6 de março de 2010

No post anterior, a minha intenção era apenas de fazer com que os poucos leitores deste blog rissem, às minhas custas. Caso o efeito tenha sido reverso, desculpem-me. E, se soei precoceituosa, inocente ou burra mesmo, apenas as duas últimas opções eram buscadas. Tenho dito.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Primeiro post-aventureiro do ano


Era um dia de estágio como outro qualquer. Às 18h, pontualmente, eu encerrei o expediente e, ao sair de lá, me dirigi à parada de ônibus. Só que, desta vez, resolvi pegar um outro ônibus, cuja rota, haviam me dito, incluía o Centro Administrativo, que é muito mais próximo da minha casa do que a Primeira Igreja Batista (além de infinitamente menos perigoso).

Certa de que, muito antes das 19h eu já estaria em casa, assim que o ônibus parou, subi. Triunfante, fiquei logo ali na frente, pra logo pedir parada e descer. Só que o ônibus não chegava no CM e, a cada passada de marcha, meu coração acelerava mais ainda.


“Tudo bem, já já chego lá”, pensei eu, iludida. Só que, ao invés de ir para Jaguaribe, o ônibus pegou a avenida principal de Cruz das Armas. “Certo, ele vai dar a volta daqui a pouco”, tentei me acalmar novamente. Quando vi que o ônibus não foi em direção às três lagoas (parte da cidade que me dá nos nervos), tranqüilizei.


Porém, o ônibus não voltava! E eu fui ficando a cada parada mais nervosa. E os bairros? Bem, basta dizer que eu não conseguia identificá-los de primeira. Foi preciso olhar atentamente as ruas em busca de algo que me informasse de onde se tratava. Assim, graças a Lan houses, lanchonetes, mercadinhos e oficinas, descobri que conheci os bairros antes visto apenas em programas policiais, como Jardim Veneza, Bairro das Indústrias e o Loteamento Cidade Verde (Sim, loteamento!).


Agora, dá pra imaginar a minha angústia? Num momento, eu estava super feliz ao pensar que logo estaria no aconchego da minha humilde residência, comendo a comida gostosa e quentinha da minha mamãe e brigando com a minha irmã, mas o destino (ok, minha falta de atenção) me disseram “not today, honey”. Nunca imaginei que iria sentir tanta falta das brigas com a minha irmã!


Depois de intermináveis 45 minutos no ônibus (aproximadamente), chegamos à parada final. Lá, criei coragem e perguntei ao cobrador se o ônibus ainda iria ao Centro da cidade. Segue o breve diálogo:


- Qual lugar do centro a senhora quer ir?
- Ah, moço, eu queria ir pro Centro Administrativo, mas a gente não passou lá – disse eu, com a maior cara de entendida das paradas de ônibus da cidade.
- Passamos sim, senhora! (acho que nessa hora ele quis rir da minha cara, mas se conteve)
- Mas, como, se eu não vi? (aqui eu vi, definitivamente, um risinho)
- É que passamos na rua de trás, nas trincheiras.
(Tive vontade de morrer quando ele disse isso, mas superei e soltei um...)
– Ah, por isso não reconheci!


Sim, senhoras e senhores. Isso foi tudo o que consegui dizer. Matem-me, pois mereço a morte depois disso. E tem mais:


- Olha, mas a gente passa na Vasco da Gama – ele ainda disse. Eu, com as esperanças renovadas, já que moro muito mais próximo ainda à Vaso da Gama, quase sorri.
- Ah, então ta certo, moço, obrigada – ainda fui educada – Mas, o senhor sabe me dizer se vai demorar muito ainda? - Não, vai não, senhora.

“Ufa!”, eu pensei. “Daqui a meia hora, se Deus quiser, estarei em casa!”. E, assim foi. Acredito que em menos de meia hora, na verdade, eu já estava em casa contando essa mesma história à minha mamãe e minha irmã, que, obviamente, ficaram num misto de alívio (por nada de mais ter me acontecido), raiva (pela minha burrice) e riso (porque é melhor do que chorar, eles dizem).


Nessa minha aventura rumo ao gueto de João Pessoa, acabei descobrindo muitas coisas interessantes. Aqui listarei algumas:


1. Quanto mais pobreza num lugar, mais igrejas se instalam ali e prometem mundos e fundos;

2. Jaguaribe não é gueto nem aqui e nem na China;

3. Não importa qual bairro seja, mas ele tem mais ônibus do que Jaguaribe. Fato!;

4. Sabe aqueles indivíduos que, quando passam ao seu lado na rua, você tem vontade de mudar de calçada pra não ser assaltada? É só o que você encontra nesses lugares;
5. Deus existe;
6. Eu prefiro minha mãe reclamando da mesma coisa mil vezes a voltar pra qualquer um desses bairros novamente;

7. Quem quer ser esperto, acaba se lascando (acho que tem um ditado pra isso, mas não sei qual é);
8. Só acontecendo uma dessas pra eu escrever no meu blog amado (e levemente esquecido hehe).