sábado, 7 de fevereiro de 2009

Cortar o mal pela raiz

Meu cabelo foi cortado pela última vez há nove anos. Nove anos. E, não foi um corte qualquer, mas um corte curto, logo acima dos ombros e abaixo do queixo. Àquela época, eu era uma menininha ainda, sem gosto estético, musical ou literário algum. Só sabia que o futuro me aguardava. Então, decidi testar algo novo: deixar meu cabelo crescer. E cresceu bastante! Chegou até a cintura. Não que eu fosse grande nem nada, mas o cabelo era. E as unhas também. E eram meu motivo de orgulho maior. (Sim, isso é realmente triste). Então, nove anos depois, unhas uma vez grandes, estavam cortadas. E cabelo, uma vez enorme, estava curto. Curto como nunca havia imaginado que ficasse novamente: acima dos ombros e abaixo do queixo. Se o cabelo era curto, a mudança não era tão pequena assim. A mudança havia sido enorme. Até pouco tempo, digamos há uns dois ou três anos, era simplesmente inaceitável para mim que uma pessoa gostasse de ter um cabelo curto e se sentisse bem dessa forma. Mas, graças aos céus (e ao tempo), minha percepção mudou e, assim, a coragem veio de fininho até me preencher completamente. E hoje estou aqui, de unhas cortadas e cabelo cortado. Ninguém acreditaria que isso fosse possível. E, às vezes, é tão bom surpreender as pessoas. E, principalmente, a si mesmo.

Não sou adepta ferrenha de mudanças. Na verdade, custo bastante a aceitá-las. E, de vez em quando, nem nelas eu acredito. Sou como aquele santo católico que "só crê quando vê". Só que a minha mudança atingiu primeiro o estágio interno. Mudei por dentro. Mudei meu pensamento, meus sentimentos, minha visão de mundo. Depois de tudo isso, tinha de externar essa mudança tão importante pra mim. E essa foi a maneira que encontrei. A mudança perfeita. Deixar pra trás o que é do passado. Cortar o mal pela raiz. Idéias novas pedem um "corpo compatível". E espero que essa minha mudança (ou amadurecimento) seja boa. Aliás, ótima. Hoje sou uma nova Celina. Muito prazer.

Um comentário:

  1. Idéias novas pedem um "corpo compatível".Essa frase me prendeu, pois passei um tempo em que meu interior dizia uma coisa, e o exterior discordava - um tempo de cabelo na cintura e unhas grandes. Me identifiquei muito com seu texto e, principalmente, com a libertação que ele transmite.

    Prazer em conhecer a nova Celina!

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