sábado, 27 de dezembro de 2008

Esse post é do tamanho da minha indignação


Era pra ter sido um ótimo dia. Sair com a família, depois com os amigos e comemorar, afinal, o meu dia. Mas, não foi bem assim. Acordei e, antes mesmo de tomar café, fui ver o meu coelho de estimação, como já era prática corrente pra mim. Qual não foi o meu choque ao vê-lo deitado no chão sem nenhum sinal de vida aparente. Gritei. Me desesperei. Não sabia o que fazer, nunca fui treinada para essa situação. Já havia tido outros coelhos de estimação, mas nenhum foi como ELE. Nenhum eu amei tanto, ou me importei tanto. Tínhamos essa conexão inexplicável, sabe? Nos entendíamos, ele e eu. E é isso que ninguém entende. Quando eu dizia "é, ele morreu", sabe o que as pessoas faziam? Elas riam. R-I-A-M. Poucos foram os que compreenderam o quanto aquilo era doloroso pra mim. Quer dizer que só porque ele era um coelho não deve ser levado tão a sério? Só porque não é um cão ou um gato dá direito às pessoas de rirem da minha dor? Ou de nem ao menos considerarem essa dor? Desde quando rir da dor do outro, e ainda mais no dia do aniversário do outro, virou prioridade ao invés de consolo?
Sabem aquela famosa parte do discurso matrimonial "na alegria e na tristeza"? Dizem que não se restringe apenas ao futuro companheiro, mas também a outras relações humanas, como a amizade. E foi exatamente o que eu percebi ontem: na minha tristeza havia poucos. Compreenderam poucos. E menos ainda me consolaram. Ao menos serviu de lição pra mim: Se não se importam com o que você se importa, então tem alguma coisa errada. Na verdade, não é nem preciso que se importem, mas que ao menos respeitem suas escolhas, sabe? Se eu escolhi me importar com meu coelho, ao invés de comprar um cachorro e me importar com ele, qual é o problema? Porque é um animal fofinho de desenho animado ele merece menos crédito? É isso? Porque foi o que senti ontem. As reações das pessoas, muitas vezes, chegava a doer mais do que a própria lembrança da morte. E, a pior parte de tudo isso, é que eu buscava apoio e não risos. Consolo e não desinteresse. Somente. Não custava nada dizer "Celina, vai passar, não se preocupe". Mas o que eu ouvia era "Celina, que triste... Mas era só um coelho". Ou, pior "Você está assim por causa de um coelho?". Pois é. Estava triste sim por causa de um simples coelho, porque esse simples coelho me deu muitas alegrias, mesmo sendo um simples coelho indigno de atenção, carinho e amor! Será possível, meu Deus do céu, que as pessoas hoje em dia estão tão preocupadas com o próprio umbigo que nem fazem um esforço pra ver o que está ao seu redor? Cadê o tão falado "amor ao próximo"? E o respeito? Cada vez mais eu vejo menos disso.
Se eu deixei que a morte dele arruinasse a minha noite? Não. Ela já estava condenada mesmo. Mas, alguém deu ouvidos ao que eu queria? Também não. Era meu aniversário, mas mesmo assim, ninguém pareceu prestar o mínimo de atenção à aniversariante. E, o mais engraçado, é que minha mãe havia dito uma frase “premonitória” um dia antes e nem ao menos percebemos: “A nossa vida é uma vela acesa. Um vento mais forte e se apaga”. Foi justamente o que houve. Ninguém esperava por isso. E a vida dele simplesmente se apagou e a minha ficou menos iluminada agora. Acho que esse é o meu modo de dizer adeus. Então, adeus, Pascoal.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Eu esperava mais...


Bem, eu acredito que seja de conhecimento geral que adoro filmes. E que tenho fortes tendências a detestar adaptações de livros ao cinema. Eu costumava ter um certo pensamento sobre adaptações: elas deveriam "respeitar" a obra literária e tentarem, ao máximo, serem literais em suas traduções, digamos assim. Logo aprendi uma valiosa lição: isso nunca vai acontecer. Não é por falta de amor à obra ou algo parecido. É simplesmente pelo fato de tratar-se de duas mídias completamente diferentes: o livro, que tende a "puxar" pra imaginação do leitor e o cinema, cujas imagens já estão ali, a vista de todos. Tudo o que o leitor imagina, desde a aparência de personagens até o modo como as situações ocorreram são traduzidas da forma como o diretor bem entende e isso nem sempre é bem-vindo, pelo menos pra mim. Tenho dificuldades em aceitá-las de primeira e fim de papo.
Então, vocês devem entender mais ou menos porque eu não gostei tanto assim de Crepúsculo, dirigido por Catherine Hardwicke. A adaptação do livro de Stephenie Meyer não é de todo ruim, mas eu esperava bem mais dela. Não entendo e, por favor, se alguém entender me explique, por que, Deus do céu, Hollywood tem essa tendência de estereotipar personagens? Eles acham que o público é burro e não consegue entender o filme se cada um não tiver o papel certinho? Me irrita ver o que fizeram de personagens como Jasper Cullen, o irmão mais novo de Edward Cullen, por exemplo. Tudo bem, o explicado é que ele é um “recém-vegetariano” (por assim dizer) e fica entorpecido pelo cheiro de Bella. Mas, por que mostrá-lo com cara de idiota? Quero dizer, ele parece mais um deslocado do que um vampiro! E por que essa obsessão com o fato da protagonista ser a mais bonita? Sempre imaginei que Rosalie Cullen, irmã de Edward, fosse a mais bonita da história e que fosse mais apática e menos falante. Mas, no filme, o papel dela foi reduzido a um só: a ciumenta. Totalmente injusto, vale salientar.

Mas, enfim, deixando os personagens de lado, vamos a um detalhe bastante particular e que eu realmente me irritei: por que diabos uma ser humana totalmente comum (entendam comum no sentido de não ser a mais forte, ou a mais esperta), super desastrada, consegue fugir de dois vampiros dotados de força e um deles, inclusive, com poderes de visão do futuro!? E da forma mais simplória possível, de forma a realmente subestimar a inteligência do telespectador. Bem, não vou mais tentar explicar porque não gostei tanto do filme... A história está meio furada, os personagens estereotipados e as únicas coisas legais mesmo são o cenário e a trilha sonora (bem pop, é verdade, mas ainda assim legal). No mais, não seria um filme que eu indicaria para um apreciador de filmes. Mas, quem está apenas a fim da diversão, vale à pena conferir.

sábado, 20 de dezembro de 2008

O que é Natal pra você?

Pra mim? Bem, "pesadelo" definiria bem como me sinto com relação ao Natal. Não sei por quê, mas Deus deve gostar muito de mim pra me mandar ao mundo um dia após o nascimento do seu outro filho - mais famoso - Jesus Cristo. Se bem, que, como o Natal está sendo comemorado ultimamente, acredito que Jesus se sinta da mesma forma que eu: triste, chateado e, olhem só, esquecido. Todos "curtem" tanto o aniversário de Cristo (sem que, obviamente, ele seja lembrado), que no dia seguinte não sabem nem a data do mês (sim, é 26, hello!). E, poucos são os que lembram do meu dia: mãe, pai, irmã, alguns tios e tias e alguns amigos. Claro que o orkut ajuda bastante, não posso negar. Mas, e quanto a minha comemoração? Eu devo fazer uma cyber-party e, só assim, todos vão participar?! Isso me irrita profundamente. Todos estão ocupados demais com suas ressacas ou viagens (ou os dois) pra lembrarem de dar um telefonema. Presentes? Só dos meus pais e do namorado. E, assim, até hoje eu espero pelo ano em que comemorarei meu aniversário do jeito que eu quero: com todos os meus amigos. Nem precisa ser um festão, uma reunião numa pizzaria já servia. Mas, pelo visto, esse sonho nunca vai se realizar...